Sobre tentar construir o castelo

Às vezes é complicado sabe, e quando parece que vai dar tudo certo, porque você presume que já derrubou tantas vezes as cartas, tentando equilibrá-las, e agora a gravidade tem que ser sua cúmplice e deixar você terminar o castelo, mas vem o vento e tudo desmorona. E o vento sou eu, e é você. E também é minha enxaqueca.
“Na próxima uso tijolos ao invés de cartas de baralho para criar o castelo”, eu penso. Mas daí não teria o mesmo encanto.
E lá vou eu, pegando carta por carta, espalhadas na mesa, no chão.
Vou empilhá-las outra vez, enquanto ouço um pouco de Robyn…

“…Still I’m dying with every step I take
But I don’t look back
We could keep trying
but things will never change
So I don’t look back
Still I’m dying with every step I take
But I don’t look back

And it hurts with every heartbeat”

Entregue-se

Em um momento qualquer,
enquanto andamos, seguindo nosso rumo ao infinito,
– ao tudo e ao nada – como ouvi um dia.
Nesse instante, e eu sei que ele existirá
pois não há nada que me diga o contrário,
nós vamos colidir.

Da mesma forma que a bateria toca rítmica e quase sintética.
Da mesma maneira que meus pés não conseguem parar quietos no chão
enquanto ouço esse som contagiante.
Nós vamos colidir.

Frente-a-frente,
entregue-se.
vamos colidir
entregue-se
você será minha
e eu, seu,

entregue-se.