Me deu uma crise de choro, olhando pela janela do avião. Tô com um nó na garganta, soluço entalado, enlatado, enlutado.
“Que porra de perrengue chique, ein” penso comigo. Mas a verdade é que dar adeus não é fácil, mesmo quando é preciso.
Dar adeus para nós não significa só dar adeus para você, mas para o eu que eu era ao seu lado. Significa dar adeus aos trocadilhos, às piadas internas, aos olhares de cumplicidade, ao carinho.
Dar adeus dói, mesmo quando é preciso.
Só me resta olhar com ternura para quem éramos, quem eu era, quem você era, e ter esperança, carinho, cuidado e atenção comigo e com quem eu serei daqui em diante.